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sexta-feira, 30 de março de 2012

PT e a Omissão da Verdade


por Fabio Godoy

Não é com surpresa que recebemos a notícia de que em Nova Delhi a presidente Dilma Rousseff partiu em defesa do Irã, dizendo que os iranianos têm o direito de ter um programa nuclear. "Eu acho que nossos colegas israelenses... estão superestimando o grau de perigo que o Irã pode representar." disse a presidente.

A falta de surpresa se dá porque foi prática de membros do partido elogiar, conviver e defender ditadores e regimes autoritários.

O ex presidente Lula chamava Moamar Kadafi, ex ditador Libio deposto em 2011 por rebeliões populares, que estava no poder, em um país sem constituição, desde 1969, de "Amigo, irmão e líder".

Lula questionado pela comunidade internacional sobre os protestos da população, pela fortes suspeitas de fraudes, com mortes após as eleições iranianas que reelegeram o presidente Ahmadinejad, disse que se tratava apenas de "choro de perdedor" e completou "Eu não conheço ninguém, além da oposição, que tenha discordado da eleição no Irã."

Em 2010 em visita á Cuba, país dos ditadores Fidel e Raul Castro, Lula chegara dias após a morte de Orlando Zapata Tamayo, condenado por protestar em praça pública contra o regime a três anos de prisão.

Orlando Zapata Tamayo morreu após protestar 85 dias em greve de fome, na época familiares haviam dito a imprensa que uma carta fora entregue a Lula para que intermediasse com o regime sua soltura ou abrandamento da pena, Lula negou ter recebido qualquer carta e disse, "As pessoas precisam parar com o hábito de fazer cartas, guardarem para si e depois dizerem que mandaram para os outros. Quando uma pessoa manda uma carta para um presidente, no mínimo, só pode dizer que o presidente a recebeu se protocolar a carta."

Na esteira de seu mentor, Dilma se recusou a receber a ativista iraniana de direitos humanos e Nobel da Paz em 2003 Shirin Ebadi

Ela (Shirin Ebadi)  veio a Brasília para encontrar Dilma e se sentiu muito mal com a recusa. Ela entendeu que a recusa foi uma pressão do governo iraniano”, disse Flavio Rassekh, coordenador da visita de Ebadi no Brasil.

É óbvio que tanta admiração a ditadores e regimes totalitários não poderia deixar de refletir na ação do governo comando pelo partido por eles liderados, recentemente acompanhamos o PT tentando ressuscitar calar a critica com seu malfadado "controle social da mídia", que é tido por muitos especialistas como censura e ameaça a liberdade de expressão.

Enquanto não conseguem calar a critica as práticas de seu governo, as gestões do PT continuam despejando altas somas em dinheiro nos meios de comunicação, só nos anos de governo Lula foram gastos mais de 10 Bilhões de reais, mais que o orçamento somado no mesmo período dos ministérios do esporte e da cultura.

Só podemos deduzir que tal afinidade com regimes ditatoriais esteja despertando nos petistas a solidariedade, porque não dizer cumplicidade, tardia com agentes da ditadura militar brasileira, ora só pode ser isto a impedir que a presidente Dilma nomeie os integrantes da comissão da verdade e mais que isso deixe claro o apoio dos executivo brasileiro ao julgamento e punição dos que cometeram crimes contra a humanidade.  

Familiares de vítimas do regime militar brasileiro pediram audiência com a presidente mas não foram recebidos.

Nosso país se tornou um pária internacional no que diz respeito aos direitos humanos com a condenação da Organização dos Estados Americanos (OEA) por não ter punido os responsáveis pelas mortes e desaparecimentos, o Tribunal concluiu que o Estado brasileiro é responsável pelo desaparecimento de 62 pessoas entre 1972 e 1974.
A má vontade na nomeação da comissão e a hesitação em deixar clara a posição do governo neste caso é que provocou os protestos contra militares da reserva acusados de serem agentes da ditadura que extrapolaram suas funções e usaram a força do estado para cometer crimes contra a humanidade.
Os protestos correm o risco de enxovalhar não culpados e crescerem ainda mais se o governo controlado pelo PT não avançar nas ações em defesa dos direitos humanos, esperamos que o compromisso com o passado e a história do PT não tenham sido adulterados pelas conveniências e desejo de poder.


Somos contra a omissão da verdade. 
Fabio Godoy militante do PSDB e preside o diretório do partido em Pirituba