Instituto americano desmente ministro da educação sobre abertura de sede no Brasil.

Mercadante afirmou que universidade criará escola no País, mas MIT disse que 'não abre filiais'

Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, sobre a visita da presidente Dilma Rousseff aos Estados Unidos, registrou uma declaração do ministro da Educação, Aloizio Mercadante, que provocou um mal entendido ao afirmar que o "MIT abrirá um MIT no Brasil". E repetiu mais duas vezes - "Teremos uma escola do MIT no Brasil. Vamos criar uma sede do MIT no Brasil".

Horas depois, a universidade desmentiu o ministro. "O MIT não abre filiais no exterior", diz comunicado, acrescentando que deve ter havido "um pequeno mal entendido" e que "o ministro falava em uma noção geral de colaboração".

O único acordo oficial envolve uma parceria com o Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA).

Mercadante, ao saber do desmentido, fez questão de repetir que o "pró-reitor do MIT, Rafael Reif, afirmou que há o interesse em abrir um centro de pesquisa no Brasil".

No seu discurso depois de encontro com a reitora da universidade americana, Susan Hockfield, a presidente não mencionou o convite à instituição para ir ao Brasil.

Baboseiras sem fronteiras.

Mercadante disse que o objetivo é usar o projeto embrionário, ainda inexistente, Ciência sem Fronteira para enviar estudantes para o MIT, entre outras universidades americanas.

O governo brasileiro ficaria incumbido de dar as bolsas, pagando a anuidade da universidade.

Os alunos precisariam, de qualquer maneira, passar pelo processo seletivo, sem garantia de vagas.

Na prática, altera pouco o cenário porque quase a totalidade de doutorandos brasileiros no MIT já tem bolsa da própria universidade.

Brasileiros que estudam no MIT não voltam ao país por falta de perspectivas.

Muitos estudantes brasileiros ainda optam por permanecer no exterior depois de concluírem a pós-graduação.

"Acho difícil eu voltar. Não tem mercado na minha área", afirmou o doutorando de Engenharia Elétrica do MIT Bruno do Valle.

Ao invés de criar mais factoides, e passar vergonha por inventar coisas, o governo petista deveria se preocupar em criar as condições para que no futuro o conhecimento conquistado por brasileiros no exterior pudesse ser aplicado em nosso país, em benefício das pessoas.