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domingo, 30 de outubro de 2011

Entrevista com os 4 pré-candidatos do PSDB.

O JORNAL O ESTADO DE SÃO PAULO ENTREVISTOU NOSSOS 4 PRÉ CANDIDATOS A PREFEITO NAS ELEIÇÕES DE 2012, E O NLOG DO PSDB EM PIRITUBA REPRODUZ AQUI PARTE DAS ENTREVISTAS.

'Não tem como o PSDB não ser cabeça de chapa'

Ricardo Tripoli

Pergunta: Quando deveriam ser feitas as prévias tucanas?

Tripoli: Prefiriria que fossem em dezembro. São quatro candidatos que não têm recall, porque não disputaram eleições majoritárias. É melhor uma prévia com prazo de 30 dias e, posteriormente, mais tempo para fazer uma campanha ampla.

Pergunta: O PSDB vai ser obrigado a se render à aliança com o PSD?

Tripoli: Acho que não. O PSDB é um partido consolidado há muitos anos. As alianças se dão não em função de nomes, mas de um programa. O partido pode trabalhar um programa, discutir alianças. Não pode vincular a escolha do candidato à aliança com esse ou aquele partido.

Pergunta: Mas a cabeça de chapa não é parte de qualquer negociação?

Tripoli: O PSDB elegeu duas vezes o presidente da República, cinco vezes o governador de São Paulo e uma vez o prefeito. Não pode ser vice de um partido que nasceu há pouco tempo. Não vejo problema em coligação, mas não tem como o PSDB não ser cabeça de chapa.

Pergunta: Mas a eleição de 2012 não pode ter impacto na candidatura à reeleição do governador Geraldo Alckmin, em 2014, como sugeriu Kassab em entrevista ao Estado?

Tripoli: Ajuda, mas não é fator determinante para escolher candidaturas agora, imaginando que isso teria impacto numa eleição (futura). A eleição de prefeito diz respeito à cidade. Depois, são outras articulações.

Pergunta: A eleição de 2012 deverá ter PT, PSDB, PMDB e PSD. Um 2º turno se resumirá a um petista e um defensor de Kassab?

Tripoli: A tendência é uma disputa entre o PSDB e o PT.

Pergunta: Mas não foi assim em 2008.

Tripoli: Em 2008 houve uma questão interna no PSDB que complicou a situação. Mas ele governa os oito maiores Estados e o PT controla o governo federal. É difícil não haver polarização entre os dois.

Pergunta: Mas Kassab já sinalizou que, se não se aliar ao PSDB no 1.o turno, não haverá acordo no 2.o...

Tripoli: As alianças vão se dar a partir do momento em que houver convenções. No segundo turno, é outra eleição.

Pergunta: Na sua opinião, quais serão os principais temas da campanha à Prefeitura?

Tripoli: Tem me chamado a atenção a questão do trânsito. Tenho olhado muito a cidade sob o aspecto da qualidade de vida. São Paulo é uma cidade que precisa qualidade de vida.

Pergunta: Como avalia a gestão Kassab?

Tripoli: Acho que temos muitas secretarias e pouca infraestrutura nas subprefeituras. A subprefeitura tem que ser o centro de discussão dos problemas locais. As pessoas não aguentam mais ir às subprefeituras e serem remetidas para as secretarias.

Pergunta: No caso de uma aliança com o PSD, o sr. estaria disposto, se ganhar as prévias e for o candidato tucano, a defender a gestão atual durante a campanha?

Tripoli: Prefiro fazer uma campanha voltada para o futuro e acho que é preciso levar em consideração todas as gestões anteriores. Elas devem ter coisas boas que se possa aproveitar.



José Aníbal:

'Alianças tucanas não vão se restringir ao PSD'

Pergunta: O sr. acha que o PSDB será obrigado a se aliar ao PSD?

Aníbal: Não vamos restringir ao PSD. O PSDB tem que fazer uma política de alianças ampla na capital. O PT já declarou que seu alvo é derrotar o PSDB e está construindo suas alianças para isso. Nós vamos construir as nossas. O DEM, do qual o PSD se originou, tem participação no governo Alckmin.

Pergunta: Mas o DEM já sugeriu que não quer estar na mesma aliança do PSD e anunciou apoio ao Gabriel Chalita (PMDB)...

Aníbal: Nós temos um histórico em relação ao DEM. Queremos estar com o DEM nas eleições municipais. Em relação ao PSD, se for possível convergirmos para uma aliança, vamos trabalhar nessa direção.

Pergunta: A negociação por alianças deve envolver a cabeça de chapa?

Aníbal: Seria absolutamente impróprio admitir negociação sobre cabeça de chapa, quando ainda nem definimos candidato.

Pergunta: Quando as prévias devem ser feitas, na sua opinião?

Aníbal: Infelizmente, não conseguimos ter a relação dos que efetivamente vão votar com alguma antecedência. Eu gostaria que a tivéssemos recebido no começo de outubro, e vamos receber agora. Teremos de fazer todo um trabalho de pré-campanha, de diálogo com esses filiados. Talvez, se fizermos as prévias em dezembro, não tenhamos tempo de fazer isso. Mas se os demais candidatos acharem que deve ser em dezembro, vamos fazer em dezembro. Não sendo possível, vamos fazer em janeiro. Fazer muito depois é aproximar as prévias da convenção - aí o sentido da prévia, de expor o candidato, fica muito penalizado.

Pergunta: O que o sr. acha das articulações do governador Geraldo Alckmin para adiar as prévias?

Aníbal: O governador tem uma experiência enorme. É nossa principal liderança no Estado. Ele certamente tem um acompanhamento desse procedimento que o faz reiterar o seu entusiasmo com a ideia das prévias. Acho que podemos fazer, sim (a política de alianças), coincidindo com um período razoável (para as prévias) - janeiro, por exemplo. Nós não estamos indicando um candidato para negociar a cabeça de chapa. Estamos indicando um candidato para ser candidato. Em função disso, você vai fazer negociações, vai buscar alianças, tempo de televisão... A associação entre indicação de um candidato através do procedimento de prévias e ter totalmente definido o quadro de alianças, ao meu ver, nos coloca em uma camisa de força. As conversas com relação à possibilidade de coligação já estão sendo feitas. Evidentemente, não cabe a nós, pré-candidatos, fazê-las agora. Mas cabe às nossas lideranças.

Pergunta: Quais serão os principais temas da campanha?

Aníbal: O que eu penso em matéria de gestão é inovar. Porque São Paulo não pode ficar mais tão centralizada como está hoje. Não se administra uma cidade de 11 milhões de habitantes do Vale do Anhangabaú. Há 31 subprefeituras que precisam ter capacidade de gestão efetiva, e não têm. Eu defendo a ideia das prefeituras distritais.



'Seguirei a linha do governador Alckmin'

Andrea Matarazzo

Pergunta: Quando serão as prévias?

Matarazzo:  Lá por janeiro. Há uma questão prática: não sei se é possível fazer já em dezembro. Acho que não faz tanta diferença fazer em janeiro ou em dezembro. Dezembro é um mês ruim, por causa de Natal e ano novo. De 15 a 31 de janeiro é um período bom porque as pessoas já estão de volta a São Paulo.

Pergunta: Mas o sr. não acha que seria melhor esperar uma definição no quadro de alianças?

Matarazzo: Independentemente do resultado (das prévias), o partido sempre vai estar aberto a discutir as coligações até o momento da convenção. Defendo uma aliança ampla. Esta é uma decisão partidária, é preciso ver qual o interesse do partido. Neste momento, está se discutindo a questão das prévias.

Pergunta: O governador demonstrou internamente que pretende fazer uma aliança com o PSD.

Matarazzo: Então seguirei a linha dele.

Pergunta: Inclusive negociando a cabeça de chapa?

Matarazzo: Estamos discutindo nesse momento as prévias para definir o candidato do PSDB. Depois disso é outra conversa. A aliança depende do partido. Estou colocando minha candidatura porque acho que tenho ideias que precisam ser priorizadas e colocadas na pauta. A melhor forma de fazer isso é sendo candidato a prefeito. Estou discutindo com o partido. Não cabem posições individuais quando se está em um processo de prévias. É importante uma aliança ampla e boa para você ganhar a eleição e para poder administrar a cidade sem muito conflito.

Pergunta: Sem o PSD, do prefeito atual, é possível para o PSDB chegar ao 2º turno?

Matarazzo: O PSDB irá para o 2.º turno pelo perfil do eleitor paulistano e pelo conhecimento que tem das gestões, além da popularidade do governador. Modéstia à parte, como acho que vou ganhar a prévia, acho que o candidato do PSDB será mais identificado com a cidade.

Pergunta: Mas em 2008, quando Kassab e PSDB foram separados para a eleição, o tucano ficou em 3º.

Matarazzo: A situação em 2008 foi um pouco atípica. O candidato do PSDB ficou em 3.º, mas a gestão do PSDB ganhou a eleição.

Pergunta: O sr. concorda com a tese do ex-presidente Lula de que esta eleição pede uma renovação?

Matarazzo: Acho que precisa de quadros políticos novos, mas identificados com a cidade e com experiência na cidade.

Pergunta: Como avalia a gestão Kassab?

Matarazzo: Está fazendo bastante coisa. Mas dá para fazer muito mais.

Pergunta: Quais serão as principais questões na campanha à Prefeitura?

Matarazzo: Nos meus cinco anos dentro da Prefeitura, tive oportunidade de conhecer cada metro quadrado e cada problema específico da cidade. Quem quiser administrá-la tem de ter uma gestão descentralizada, com subprefeitos competentes e fortes. Mas tem de ter também uma visão global, porque São Paulo é uma cidade global. Então você tem duas vertentes: o planejamento de médio prazo e o trabalho do dia a dia.



'O PSDB tem bons nomes, credibilidade e força'

Bruno Covas

Pergunta: O PSDB será obrigado a se aliar ao PSD na eleição do ano que vem? A reeleição do governador, em 2014, pode estar em jogo?

B. Covas: Faz parte do sistema eleitoral brasileiro a existência de coligações. Elas são necessárias para ampliar o campo político de uma candidatura. É natural que possamos conversar com outros partidos sobre essa possibilidade, mas isso não significa obrigatoriedade em relação a este ou aquele partido.

Pergunta: Se houver aliança, a cabeça de chapa estará na negociação? Ou o PSDB deve ter candidato próprio?

B. Covas: O PSDB tem bons nomes, credibilidade e força em São Paulo para ter candidato próprio.

Pergunta:  Quando as prévias devem ocorrer, na sua opinião?

B. Covas: A questão da data é secundária. Primeiro é preciso esclarecer questões como financiamento da pré-campanha, uso de transporte no dia das prévias, lista dos filiados, etc. Resolvido isso, definimos a data.

Pergunta: O sr. é apontado como candidato favorito do governador. Ele já lhe comunicou sua preferência?

B. Covas: Ele apenas manifestou sua opinião positiva quanto à realização das prévias como um processo democrático e capaz de unir a militância tucana. Minha pré-candidatura, assim como a dos demais, é vista como parte positiva desse processo.

Pergunta: Ao Estado, o sr. narrou um episódio em que um prefeito lhe teria oferecido propina e o sr. teria rejeitado. Dias depois, o sr. disse que falara apenas "hipoteticamente". A polêmica gerada pode prejudicar sua candidatura?

B. Covas: Não acredito que uma pessoa que afirma que é preciso dizer não a qualquer tentativa de corrupção seja prejudicada.

Pergunta: As eleições do ano que vem devem ter, em tese, quatro candidatos principais: do PSDB, do PT, do PSD e do PMDB. O sr. acha que o 2.º turno deve se resumir a um candidato do PT e a outro representando a gestão Kassab?

B. Covas: Acredito firmemente que o PSDB terá candidato para vencer no 1.º turno ou no 2.º.

Pergunta: O sr. concorda com a tese, inicialmente bancada pelo ex-presidente Lula, de que as eleições de 2012 devem ter nomes novos?

B. Covas: Em toda eleição aparece o tema da renovação. Caberá ao eleitor de São Paulo decidir isso. Renovação deve significar também um novo olhar, um novo conceito na gestão pública.

Pergunta:  Quais serão, na sua opinião, as grandes questões da eleição do ano que vem?

B. Covas: Temas como transporte, habitação, saúde e educação estarão sempre presentes, mas acredito que é preciso introduzir novos conceitos. Qualidade de vida, inclusive das condições ambientais e um salto inovador na gestão pública são temas que precisam ter amplo espaço na campanha.

Pergunta: Como o sr. avalia a gestão Kassab? Se for nomeado candidato, estaria disposto a defendê-la, em eventual aliança com o PSD?

B. Covas: Há pontos positivos como a Lei Cidade Limpa e o programa Mãe Paulistana, mas o prefeito poderia ter se dedicado menos às questões partidárias.